"Se existe uma única imagem para recordar a destruição do World Trade Center é o salto desde os andares mais altos daqueles que escolheram uma morte diferente da sufocação pela fumaça ou consumação pelas chamas”, escreveu John Bussey, do jornal The Wall Street Journal.
O jornalista foi um dos sobreviventes dos devastadores atentados terroristas em Washington. Bussey ficou esquecido na Torre Gêmea Número Um depois que o edifício foi evacuado. “Quando as janelas explodiram e o escombro começou a chover dentro do escritório, me escondi debaixo de uma mesa. Tentava salvar minha vida”, lembrou uma entrevista concedida dias depois.
Sem sombra de dúvida esse atentado deixa marcas que até hoje, depois de tantos anos, ainda não cicatrizaram, e talvez, nunca cicatrizem. O atentado não foi só contra um governo estabelecido, ou contra prédios símbolos, mas também contra pessoas que esperavam viver mais um dia nas suas rotinas e que foram surpreendidas por essa tragédia.
O vídeo a seguir é um memorial ao 11 de setembro de 2001:
O dia 11 de Setembro foi marcado por uma sucessão de ataques terroristas nos Estados Unidos.
Nesta data, mais precisamente entre 8:46 à 10:28, membros da Al-Qaeda sequestraram dois aviões comerciais e colidiram os aviões mas Torres Gêmeas (World Trade Center), resultando na morte de milhares de pessoas e na queda dos edifícios.
Além destes 2 aviões, os sequestradores também sequestraram um terceiro que teve como destino o Pentágono e outro que acabou sendo interceptado antes que chegasse ao seu destino.
Os atentados atingiram as cidades de Nova York, o Condado de Arlington e Shanksville.
Este atentado resultou na morte de 2.933 pessoas e 6.291 feridos.
A imprensa brasileira também divulgou imagens do atentado. A seguir o vídeo com a reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 11:
Arquivos encontrados em computadores da Al Qaeda revelam como o terrorismoplaneja seus atentados
Logo após os atentados de 11 de setembro o FBI passou a investigar possiveis terroristas. Nestas investigações encontraram em computadores arquivos de planejamento de vários outros ataques. O arquivo que mais desperta horror, datado de agosto de 2001, é uma espécie de manual do terror. Em tom de relatório, revela os detalhes da viagem ao Oriente Médio de um emissário da Al Qaeda, cuja missão era efetuar um levantamento minucioso de informações para futuros atentados. Entre os alvos sugeridos, prédios altos e aviões – no mesmo estilo dos atentados em Nova York e Washington. O cruzamento de informações levou à suspeita de que o emissário seja o inglês Richard Reid, de 28 anos, o homem do sapato-bomba. Reid foi preso quando tentava detonar um explosivo escondido na sola de seu tênis durante um vôo de Paris a Miami. As datas e o roteiro da viagem do emissário coincidem com um giro que Reid havia feito ao Oriente Médio. O nome adotado por Reid ao se converter ao islamismo, Abdel Rahim, é parecido com o do emissário da Al Qaeda, identificado como Abdul Rauff. E ambos viajaram com passaporte inglês.
Os alvos escolhidos
PONTOS TURÍSTICOS NO EGITO
O emissárioda Al Qaedapropôs aexplosão deuma bombanuma estradamovimentadaem quecirculamos ônibuscom turistasestrangeiros
PRÉDIO DA ONU EM NOVA YORK
Num e-mail ao mulá Omar, líderesda Al Qaeda festejam a destruiçãodas estátuas de Buda e sugerem quea sede da ONU seja o alvo seguinte MURO DAS LAMENTAÇÕESEM JERUSALÉM
O terrorista acha o lugar perfeitopara uma matança, mas teme pôrem risco a mesquita de Al Aqsa FRONTEIRA DOS ESTADOS UNIDOS COM O CANADÁ
Um terrorista foi enviado paraver se era possível entrar comexplosivos nos Estados Unidos PRÉDIOS ALTOS EM TEL-AVIV
Entre arranha-céus fotografados,um seria atingido por avião:a mesma tática usada em Nova York
A música morreu. Não no dia11 de setembro de 2001, mas no dia3 de fevereiro de 1959. Pelo menos é isso que cantaDon McLeanemAmerican Pie. Escrita em 1971, a canção trata da morte prematura deBuddy Holly,The Big BoppereRitchie Valens- três astros do rock norte-americano da década de 50 que perderam a vida em um acidente aéreo.
McLean imortalizou o trágico evento na forma de uma canção pop-folkde mais de oito minutos de duração.American Pie, regravada pela popstarMadonna, ficou em primeiro lugar nas paradas dos EUA durante um mês. Da noite para o dia, McLean se transformou em um milionário.
Bruce Springsteenfez quase igual. Foi apenas mais rápido.The Rising, lançado em julho de 2002, menos de um ano após os incidentes de Nova York, funciona como um tratado musical sobre os eventos de 11 de setembro. Além de marcar a volta da parceria com aE Street Band, o álbum coloca o cantor e compositor de volta no papel em que ele melhor ocupou durante boa parte de sua carreira: a de cronista do povo norte-americano. Até agora,The Risingjá vendeu milhões de cópias pelo mundo e Springsteen chegou até a ser capa da revistaTimes. Claro, os bonsriffsde guitarra e as letras contundentes que permeiam o álbum ajudaram muito para o sucesso.
LUCRO NA TRAGÉDIA
Outro que se deu bem com os ataques sofridos pelos EUA foi o cantor de música countryToby Keith. Quase desconhecido do público brasileiro, Keith foi ainda mais rápido. Um mês após o ataque terrorista, ele lançou o álbumUnleashed. Em uma das músicas, ele canta:Suckerpunch came flying in from somewhere in the back/ We will put a boot in your ass/ It´s the american way. (um soco idiota veio voando de algum lugar pelas costas/ Nós iremos te dar um chute na bunda/ Esse é o jeito americano, em tradução livre). Apenas na semana de lançamento, o álbum vendeu 338.000 cópias.
Neil Youngtambém foi rápido - só não conseguiu um bom retorno financeiro. Normalmente recluso, o experiente roqueiro saiu do seu rancho para cantar a sua indignação.Let´s Roll, o manifesto sobre os eventos que mudaram o mundo, foi entregue às rádios antes mesmo da gravadora autorizar. Mas além do aspecto imediatista - e de umriffque lembra opub-rockde Ian Dury -, ela tem pouca coisa de especial.
Se os velhos roqueiros reagiram enfrentando a situação, a geração mais nova tratou apenas de não interferir. Os nova-iorquinos dosStrokes, tocados com a morte dos policiais (ou com medo de provocar revolta entre os oficiais mortos na queda da torres), tiraram a músicaNew York City Copsda versão norte-americana do álbum. Na canção,Julian Casablancasdiz queos tiras de nova iorque não são muito espertos.
Outro que preferiu não dar a cara pra bater foi o grupo escocêsPrimal Scream. Famoso por seu discurso engajado e um som um tanto quanto energético, a banda resolveu tirar do álbum uma música intituladaBomb The Pentagon.
Mobytambém seguiu um caminho parecido. O cantor, que curiosamente faz aniversário no dia 11 de setembro, mudou os versos da músicaSleep Alone. Antes do ataque, o refrão dizia:Pelo menos nós morremos juntos/De mãos dadas voando pelo céu. Na versão revisada, virou:Pelo menos nós estávamos juntos/De mãos dadas voando para o céu.
É O FIM DO MUNDO QUE CONHECEMOS
Mas não foi apenas assim que a música reagiu aos atentados de 11 de setembro. De maneira mais rápida do que os artistas acima, a indústria do entretenimento começou a mexer seus pauzinhos. Quase instantaneamente, rádios norte-americanas começaram a banir canções da sua programação. Qualquer letra que remetesse ao acontecido ou que tivesse um certo baixo astral foi tirada da programação. Até metáforas foram consideradas perigosas. A enorme lista incluiuImagine(John Lennon),Learn To Fly(Foo Fighters),Lucy In The Sky With Diamonds(The Beatles),Ruby Tuesday(The Rolling Stones) eIts the End of the World as We Know It(R.E.M.).Bruce Springsteenteve três canções na lista. AtéAmerican Piefoi banida.
Outro efeito quase imediato foram os cancelamentos de turnê. Artistas americanos, amedrontados com os perigos de um voô internacional, adiaram shows ou, simplesmente, devolveram o dinheiro de quem já tinha ingresso.Weezer,Janet Jackson,Ben Foldse até os malvados mascarados doSlipknotficaram com medo de cruzar o atlântico de avião.
HINO DO ATENTADO
Desde a queda do World Trade Center, a cena musical de Nova York está a pleno vapor. Novas bandas surgem a cada semana. E a música, normalmente raivosa, que sai das guitarras dos nova-iorquinos pode ser o reflexo da tensão infiltrada nas ruas da cidade desde setembro do ano passado. Por isso, ouvidos atentos. Muita coisa boa ainda está para vir.
Medrosa, banida, modificada, lucrativa, acanhada, corajosa, tocante ou raivosa, a música pós-atentado, assim como as outras formas de expressão artística, parece ter seguido um percurso normal. Seus efeitos mais imediatos já foram sentidos. Mas, mesmo com artistas imortalizando o evento e refletindo o estado de espírito de toda uma geração, nenhuma canção conseguiu resumir o que todos nós estamos sentindo. O grande problema é que não estamos sentindo a mesma coisa.
NASA divulga imagem do ataque de 11 de setembro de 2001 visto do espaço.
Após oito anos, em 2009, dos atentados terrorista que destruiram um dos maiores símbolos da cidade de Nova York, a Agência Espacial Americana publicou em seu site uma foto tirada na data do atentado: 11/09/2001.
Visível do espaço, a fumaça do impacto dos dois aviões nas torres do World Trade Center se espalha sobre Manhattan. A foto foi tirada da Estação Espacial Internacional, que está a cerca de 400 quilômetros da Terra. Só não se sabe o motivo pelo qual demorou tanto a divulgação da imagem, para inclusão nos processos.
dia 11 de setembro de 2001 foi transmitido em 4 de março de 2001(seis meses antes dos atentados)
A história do primeiro episódio da série de
televisão "The Lone Gunmen", transmitido em 4 de
Março de 2001 (seis meses antes do 11 de Setembro) na FOX TV, descreve um plano
criado pela CIA para fazer embater um Boeing 727 numa das torres do World Trade
Center por controlo remoto e culpar terroristas estrangeiros, com o objetivo de
ampliar o orçamento militar americano.
O vídeo a seguir mostra um episódio da série:
Esta série e este episódio passaram na SIC Radical
e na RTP.Partes de diálogos do vídeo:“A Guerra Fria acabou John. Mas sem um inimigo
credível que justifique uma corrida ao armamento, o mercado das armas fica
estagnado. Porém, basta mandar abaixo um 727 completamente cheio, no meio da
cidade de Nova Iorque, e encontram logo uma dúzia de ditadorzecos, por todo o
mundo, a reclamar a responsabilidade e a pedir para serem bombardeados a sério”
e “World Trade Center. Vão fazer embater o avião no World Trade Center”, dizia
uma dos personagens.
Muitas são as conspirações contra a história oficial dos atentados, algumas teorias afirmam que os atentados podem ter sido armação do próprio governo norte americano. Será que esse episodio, que a principio se apresenta como uma série de TV feita para distrair os telespectadores, é uma dica do que aconteceu realmente ou é apenas pura coincidência?
CONTRA A INTOLERÂNCIA Em Nova York, uma palestina naturalizada americana
participa de marcha em defesa dos árabes que vivem nos EUA
É milenar o hábito de estranhamento entre os homens. Indivíduos que por algum motivo destoam num grupo qualquer costumam provocar sentimentos de antipatia entre aqueles que se sentem iguais entre si – e superiores ao que lhes parece diferente. O racismo, baseado em preconceito, nasce daí. Povos mais escuros, mais pobres, menos cultos ou simplesmente de outra etnia sempre foram vítimas de desprezo irracional por parte de coletividades que se consideram superiores na comparação. Os árabes que emigram para o Ocidente enfrentam essa barreira, mas talvez nunca tenham sido tão visados devido ao estereótipo de seu sotaque, seu turbante e sua barba como depois do último dia 11, quando ocorreram ataques terroristas nos Estados Unidos. Na esteira dos atentados, o Conselho de Relações Islâmico-Americanas, um organismo com sede em Washington, registrou mais de 400 incidentes em vários Estados nos sete dias seguintes: ataques a mesquitas e livrarias, agressões físicas, ameaças de morte e carros danificados, entre os atos mais comuns cometidos. Num subúrbio de Chicago, no Estado de Illinois, cerca de 300 pessoas marcharam em direção a uma mesquita. A polícia enviou patrulhas ao local, a fim de evitar a quebradeira. Pelo menos três assassinatos, no Texas, na Califórnia e no Arizona, foram associados a gestos de vingança contra a destruição causada pelos vôos suicidas em Nova York, Washington e na Pensilvânia.
INTEGRAÇÃO RACIAL Indianos da comunidade sikh de Los Angeles em manifestação:
vigília em memória das vítimas dos atentados
As manifestações de intolerância racial e religiosa chegaram a tal ponto que foi preciso o presidente George W. Bush fazer uma visita a um centro islâmico de Washington, na segunda-feira passada, para acalmar a fúria de muitos americanos. "A face do terror não é a verdadeira fé do islamismo", afirmou Bush, que cumpriu o ritual de tirar os sapatos na entrada da mesquita e chegou até a citar oCorãoem seu discurso. Ele lembrou que há milhões de muçulmanos americanos – médicos, advogados, lojistas, professores, todos contribuintes que dão ajuda valiosa ao país.
A mão estendida de Bush foi um esforço positivo para conter a escalada do preconceito – essa praga que tem origens diversas e a história já se encarregou de mostrar, fartamente, que costuma terminar em tragédias de envergadura. Entre os povos primitivos, a rejeição aos indivíduos que não pertenciam a um determinado grupo nômade era uma reação instantânea à idéia de ter de dividir a comida com um estranho. Na Antiguidade, os gregos e romanos moveram guerras contra os povos que consideravam bárbaros, e o preconceito era reforçado pela relacão de dominação que vencedores exerciam sobre vencidos. Os judeus certamente são os que sofrem discriminação de cunho religioso e cultural há mais tempo – ainda no Império Romano enfrentavam aversão ao fato de ter um forte sentido de vida comunitária e fidelidade às suas tradições e costumes. Com o desenvolvimento das ciências naturais, a partir de meados do século XIX, o preconceito começou a ganhar fundamentos teóricos, particularmente com a obra do francês Joseph-Arthur, conde de Gobineau. Surge um racismo mais elaborado, que procura demonstrar a existência de raças superiores e inferiores, resultado de uma relação entre as características físicas hereditárias (cor da pele, tamanho do crânio) e os traços de caráter e de inteligência. Gobineau sustentava que a civilização européia era criação da raça ariana, da qual descendiam as aristocracias daquele continente, tema precursor do holocausto nazista um século depois.
CRIME NO ARIZONA O indiano Harjit Sodhi(de turbante vermelho),
no posto onde o irmão Balbir foi assassinado
Embora os judeus, seguidos pelos negros, apareçam sempre como sinônimo de vítimas da discriminação, a questão é muito mais diversificada pelo mundo afora. A Conferência da Organização das Nações Unidas contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância, encerrada no último dia 8 em Durban, África do Sul, permitiu traçar uma panorâmica dos conflitos agudos de natureza étnica e religiosa que se espalham em dezessete regiões ao redor do mundo. Nesse painel, nada se compara aos dias macabros que viveu a Indonésia, país que abriga 300 grupos étnicos, que falam cerca de 450 línguas. Em março, os dayaks, nativos de origem malaia, percorreram os vilarejos para decepar a golpe de facão a cabeça dos adversários madureses, migrantes da ilha de Madura. O assassino bebia o sangue que escorria pelo pescoço da vítima e retirava o coração para que o resto do bando pudesse comê-lo. Isso não aconteceu há 1.000 anos na Indonésia. Ou há um século. Aconteceu neste ano. Alguns analistas sustentam que haveria uma explicação econômica na origem desse horror. Dizem eles que os madureses passaram a ter acesso a melhores empregos e terras que os dayaks e, portanto, tornaram-se objeto de ódio dos rivais. Como muitas explicações acadêmicas, esta é superficial. O que há é um primitivismo incontrolável nesse grupo que chupa sangue e come coração de gente mais competente para ganhar a vida. Na Índia o sistema de castas continua a desafiar a modernidade. Os representantes da casta mais subalterna, os dalits, são conhecidos como os "intocáveis" e continuam a não poder ser tocados fisicamente pelas castas superiores, mesmo que isso tenha sido abolido pela Constituição de 1950. Em certas cidades, eles não podem cruzar a linha divisória que os segrega do resto da população nem visitar os mesmos templos.
Os Estados Unidos estão muito longe disso, é claro. Mas o mesmo ódio à diferença está na raiz do assassinato do imigrante indiano Balbir Singh Sodhi, 49 anos, no dia 15. Ele era sócio do irmão Harjit na exploração comercial de um posto de gasolina em Phoenix, Arizona. Balbir apareceu morto por arma de fogo e o suspeito, Frank Roque, foi preso no mesmo dia, também acusado de atirar contra um libanês em outro posto de gasolina. No enterro, o irmão resumiu o clima de medo que se disseminou: "É só usar turbante e barba que muitos americanos agem como se fôssemos do grupo do Bin Laden". A rigor, o crime tinha até endereço errado: a família Sodhi não é nem árabe nem muçulmana, mas indiana da seita sikh.