As famílias são infelizes cada uma a sua maneira. A frase de Leon Tolstoi não reflete o sentimento que uniu quatro viúvas que perderam seus maridos – três corretores e um banqueiro – nos ataques ao World Trade Center há nove anos. A tragédia que as abateu é a mesma. Julia Collins, Claudia Gerbasi, Pattie Carrington e Ann Haynes conheceram-se quase um ano depois de 11 de setembro de 2001. A amizade fez surgir a obra Love You, Mean It (Te Amo, de Verdade, Hyperion). O livro não discorre sobre o terrorismo ou sobre a queda das torres gêmeas, mas sobre a dificuldade de recomeçar e lidar com as lembranças.
O grupo WC, iniciais de Widows Club (Clube das Viúvas), modo como as quatro amigas se autodenominaram, não é o único. Outras mulheres apartadas de seus maridos naquele dia escreveram suas histórias. Lisa Beamer, que perdeu seu esposo Todd no avião que caiu na Pensilvânia, publicou Let's Roll! (Vamos Nessa!) em 2002.
Assim como o WC, outras quatro viúvas se reuniram após o colapso dos arranha-céus. Wake-Up Call: The Political Education of a 9/11 Widow (Despertar: A Educação Política de uma Viúva do 11 de Setembro, Warner), de Kristen Breitweiser, relata como ela e as outras três mulheres contribuíram para a criação da comissão independente para investigar o episódio.
As questões sobre a organização da rede Al-Qaeda e sobre a política externa norte-americana foram de longe as mais debatidas nas obras escritas após os atentados orquestrados pelo saudita Osama Bin Laden. Os temas não foram apenas tratados por autores norte-americanos. O piloto amador brasileiro, Ivan Sant'Anna, se dedicou durante três anos à pesquisa dos bastidores do planejamento e execução do projeto terrorista. Plano de Ataque, da editora Objetiva, descreve o que ocorreu durante os quatro vôos que derrubaram a autoconfiança norte-americana.
Contudo, abordagens inusitadas sobre o tema também ganharam as páginas de alguns livros: Astrologia e Terrorismo - O que Dizem os Astros Sobre 11 de Setembro e o Futuro, obra organizada por Stephanie J. Clement, é um deles. A obra reúne artigos de vários astrólogos americanos que interpretaram os mapas astrais dos principais momentos do atentado e das pessoas envolvidas e compararam com exemplos históricos.
Mesmo após oito anos da tragédia, parece mais simples escrever sobre o 11 de setembro do que levar às telas a história dos atentados. Documentários foram divulgados em seguida ao episódio, mas obras de ficção levaram tempo para serem realizadas. Dois longas-metragens – Vôo 93 e As Torres Gêmeas – expõem as feridas ainda não cicatrizadas.
Por: Izabelle Mendonça
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